O projeto de Deus para o casamento é que um homem solteiro (não divorciado) e uma mulher solteira (não divorciada) se unam em um pacto de casamento até que a morte os separe (Mateus 19:4–6). Dentro desse âmbito de compromisso vitalício, os cônjuges podem ter relação íntima e gerar filhos em um ambiente seguro que chamamos de lar.
O divórcio é um acordo legal para desfazer o lar. O que se faz é “repudiar” o que Deus ajuntou. Muitas vezes, os divorciados gostariam de ter sabido antes os problemas que viriam do grande erro que cometeram. Já foi dito que a maioria das pessoas divorciadas têm o sonho de um dia se reconciliarem com o cônjuge.
O caso de uma pessoa divorciada é realmente um beco sem saída, em que só lhe resta sonhar a fim de ter algum amparo? Deus deixa abandonados e sem esperança aqueles que se encontram presos em tal situação? Amigo, se você é divorciado e deseja agradar a Deus em tudo, quero lhe dizer que é possível viver além do sonho – há esperança para você.
Primeiro, a reconciliação pode ser mais do que apenas um desejo difícil. Pode ser uma esperança real. Cristo veio ao mundo para nos reconciliar com Deus. Quando experimentamos isso, o maior obstáculo que nos impede de nos reconciliarmos com outros foi removido. Ao sermos reconciliados com Deus, ele nos dá o poder para vencer nossas próprias atitudes más, como malícia, egoísmo e orgulho. Quando Deus remove essas atitudes venenosas que existem nos cônjuges que se separaram, ele os liberta para se unirem novamente e começar a edificar seu lar. Mesmo que apenas um dos dois se converta a Cristo, Deus dá a esse a graça de perdoar o outro. A graça de Deus é o unguento que Jesus ofereceu a esse mundo perdido no pecado. Ela significa ser capaz de suportar qualquer sofrimento para a glória de Deus.
No entanto, a reconciliação é uma via de mão dupla. Se um dos dois persiste na vida de pecado, é provável que a reconciliação não seja possível.
Mas a reconciliação do casal não é a última esperança para o divorciado. Deus tem um lugar especial em seu coração para aqueles que vivem sozinhos. A Bíblia diz: “Estás livre de mulher? Não busques mulher. (…) O tempo se abrevia; o que resta é que também os que têm mulheres sejam como se não as tivessem (…). O solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor” (1 Coríntios 7:27, 29, 32). Nosso Senhor mesmo, que nos ensinou de maneira contundente contra o divórcio e o novo casamento, falou com ternura àqueles que se encontram numa situação em que a reconciliação não é possível. Ele disse assim: “Há eunucos [celibatários] que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o” (Mateus 19:12). O que ele quis dizer com isso?
Alguns consideram as relações sexuais um direito. Muitos consideram que são uma necessidade humana. Isso é certo? Jesus fala primeiro daqueles que nascem sem o desejo natural de sexo, mas que são pessoas muito normais. Depois, fala sobre outros que foram submetidos a cirurgias que não lhes permitem mais realizar o ato sexual, e isso claramente por motivos materiais ou físicos. Por fim, Jesus especifica um caso especial e muito próximo de seu coração. É o caso da pessoa que, por causa do reino de Deus, escolhe ficar celibatária ou solteira. Em outras palavras, Deus não está pedindo algo impossível quando diz que aquele que não pode se reconciliar com o cônjuge deve ficar sozinho (1 Coríntios 7:11). É a exigência de Cristo para a pessoa divorciada que, devido às circunstâncias, não pode se reconciliar com o cônjuge.
Talvez você diga: “Mas isso não é para mim”. Se for esse o caso, quero que você considere pelo menos duas coisas. Primeiro, Cristo prometeu: “Minha graça te basta” (2 Coríntios 12:9). Em seguida, considere a horrenda alternativa: “Aos fornicadores, e aos adúlteros, Deus os julgará” (Hebreus 13:4). Quem é adúltero? Jesus disse: “Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela” (Marcos 10:11). Em vez disso, aquele que entrega toda a vida ao serviço de Cristo e sacrifica o casamento e o lar antes de ir contra o mandamento divino, experimentará o melhor que Deus oferece nesta vida e, posteriormente, na vida eterna.
Há esperança para o divorciado. Essa esperança não está em se casar com outra pessoa. Isso seria a pior coisa a fazer. Mas há esperança de que, quando ele se reconciliar com Deus, talvez haja reconciliação com o cônjuge também, reconstruindo, dessa maneira, o casamento e o lar. Mas também há esperança se o divorciado se encontrar em uma situação em que a reconciliação não é mais possível. Ele pode viver uma vida para Deus aqui e ser salvo para a eternidade. Há esperança no reino de Deus!