O divórcio é a anulação legal do compromisso matrimonial. Segundo as leis civis, o divórcio libera os cônjuges para contraírem matrimônio com outra pessoa se assim o desejarem. A cada dia isto se torna mais comum, cada vez mais aceito pela sociedade e cada vez mais liberado pelas igrejas.
Deus instituiu o casamento e nos deu as instruções que garantem seu êxito. Ditas instruções se encontram na Bíblia e é nosso dever cumpri-las. Por esta razão, devemos nos interessar em saber o que Deus tem a dizer sobre este assunto tão sério. Em Mateus 5:31-32, temos as palavras de Jesus:
“Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de desquite. Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.”
Ao dizer “foi dito”, Jesus se refere à prática do Antigo Testamento. Naquele tempo, Jesus ainda não tinha entregado a sua vida e o Espírito Santo ainda não tinha vindo. Deus controlava seu povo por meio de leis externas e castigos severos. A pesar de o povo adorar a Deus com cerimônias externas e elaboradas, nunca se havia levado a cabo nenhuma mudança no coração deles. Era um povo carnal, rebelde e de coração obstinado (leia Deuteronômio 9:24; Isaías 30:9; 48:8; 65:2).
Devido à dureza de seus corações, Moisés permitiu-lhes que se divorciassem. Mas, Jesus diz: “mas ao princípio não foi assim” (Mateus 19:8). Embora o divórcio tivesse sido permitido durante este período, “o Senhor, o Deus de Israel, diz que odeia o repúdio [divórcio]” que ela cometa adultério, e qualquer (Malaquias 2:16).
Em nosso texto, Jesus se dirige à época do Novo Testamento. Fala a nós cristãos que nascemos de novo, que deixamos um coração duro por um sensível sobre o qual Deus escreveu sua vontade (leia Hebreus 10:16). Ele diz: “porém, eu vos digo…” O divórcio não é permitido porque procura dissolver o que Deus juntou. Além disso, abre a porta para uma relação adúltera. Em Mateus 19:4 6, 8-9 explica o porquê. Vejamos:
“Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem… Disse- lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.”
Aqui Jesus se valeu do plano de Deus desde a criação para proibir o divórcio. Desde o princípio, Deus une duas pessoas numa só carne. Este vínculo, feito por Deus, pode ser dissolvido unicamente pela morte (leia Romanos 7:2-3).
Em Malaquias 2:15, pergunta: “Por que os fez uma só carne?” Ele poderia ter tratado com cada indivíduo separadamente. Porém, ele responde: “Ele buscava uma descendência para Deus”. Deus projetou a união matrimonial para um ambiente familiar de amor, fidelidade e união onde as crianças tenham a oportunidade de aprender de Deus. Ao observar e compartilhar o relacionamento entre seus pais cristãos, s crianças aprendem do amor de Deus e de sua fidelidade para com seu povo. Em tal ambiente, elas se preparam para servir a Deus. O divórcio é tudo ao contrário. É incalculável o dano que causa aos filhos. Quando a união familiar é destruída, toda a sua segurança na vida também se desvanece.
A Bíblia afirma mais duas vezes sua posição sobre o divórcio:
“E ele lhes disse: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera” (Marcos 10:11-12).
“Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera também” (Lucas 16:18).
O divórcio é uma maneira de escapar dos problemas matrimoniais. Muitos preferem se divorciar a enfrentar-se com seus defeitos e culpas. Não querem confrontar seus problemas pessoais e mudar.
Temos de reconhecer que todo problema deste tipo tem dois lados. Nunca se pode culpar uma só pessoa. Os problemas matrimoniais nos dão uma boa oportunidade de nos ver a nós mesmos. Dão-nos a oportunidade de nos aperfeiçoar e descobrir os níveis mais profundos do amor e da unidade no matrimônio. É necessário que ambos os cônjuges se comprometam a encontrar soluções para seus problemas e isto é possível quando os dois estão dispostos a pôr de lado suas preferências e exigências pessoais para dar lugar à vontade de Deus. Quando o êxito do casamento vale mais do que os desejos pessoais, não há problema sem solução.
Por sua vez, nenhum cônjuge deve exigir do outro que deixe de lado suas preferências e lhe tenha compaixão. A responsabilidade do cristão é ter consideração pela outra parte e viver uma vida mansa e humilde: “Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra” (1 Pedro 3:1).
Se os cônjuges reservarem na sua mente a opção de se divorciarem quando surgirem problemas, seu casamento nunca será bem-sucedido como Deus o deseja. Em tal união sempre haverá insegurança, cada um deles saberá que se não conseguir agradar o outro, correrá o risco de ficar sozinho. Além disso, cada cônjuge sabe que nunca poderá agradar ao outro em tudo, portanto, sempre viverá se perguntando: “Até quando suportará meu cônjuge?”
A Bíblia diz em 1 Coríntios 7:10- 11: “Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher”.
Muitos perguntarão o que significa a exceção que encontramos em Mateus 5:32 e 19:9. Em ambos os textos diz que se proíbe o divorcio “a não ser por causa de prostituição [fornicação]”. Muitos creem que isto permite o divórcio em caso de infidelidade sexual por um dos cônjuges. Consideremos alguns detalhes que nos ajudarão a entender estas passagens.
Alguns as interpretam da seguinte maneira: Primeiramente, em ambas as passagens, encontramos as palavras “prostituição [fornicação]” e “adultério”. Segundo a semântica grega, estas duas palavras podem ser usadas para descrever todos os tipos de pecados sexuais. Entretanto, quando são usadas num mesmo contexto, há que reservar para cada uma delas seu significado mais estrito, isto é, “fornicação” significa relação sexual entre duas pessoas não casadas, enquanto que “adultério” é a relação sexual entre duas pessoas das quais pelo menos uma delas é casada. Nestas passagens, Jesus usa as duas palavras no mesmo contexto. Isto indica que ele queria que as entendêssemos em seu sentido estrito. Neste caso, quando se diz “a não ser por causa de prostituição”, estaria dizendo que a menos que tenha havido relações sexuais antes do casamento, porque isso é o que significa “prostituição” neste caso.
Segundo, é interessante que a exceção se encontra somente no livro e Mateus. Nem Marcos e nem Lucas mencionam. Devemos nos lembrar de que Mateus escreveu seu livro ara os cristãos judeus. Por outro lado, Marcos escreveu para os romanos e Lucas para os gregos. Isto é uma chave para entendermos a passagem em questão.
Os judeus tinham costumes distintivos com relação ao casamento. Quando um jovem pensava em casar-se com uma donzela, negociava o valor do dote com o pai da moça ou com seus irmãos. Quando chegavam a um acordo, faziam uma celebração para fechar o contrato conhecido como “desposório” (leia Mateus 1:18).
Depois de se desposarem, os jovens eram reconhecidos como esposos, comprometendo-se um com o outro. Entretanto, ainda não viviam juntos. O jovem voltava para casa por mais ou menos um ano enquanto preparava sua casa e se preparava para as bodas.
Se durante o tempo do desposório um dos jovens cometia fornicação, o compromisso podia se dissolver com uma carta de divórcio. Isto foi o que José tentou fazer quando soube que Maria estava grávida (leia Mateus 1:19).
Portanto, no contexto judeu, as palavras “a não ser por prostitução” se esclarecem. Aplicavam-se apenas aos desposados. Qualquer que seja a explicação, nenhuma das duas passagens justifica as segundas núpcias. O divórcio não tem lugar na ida dos cristãos hoje. É necessário que dirijamos nossa forma de viver pela palavra de Deus. Não permitamos que aquilo que o mundo aceita nos engane. Satanás gostaria de nos fazer crer que este ensino não está vigente. Porém, os que fazem a vontade de Deus serão salvos.
Concluímos, pois, que a carta de divórcio que o mundo dá não é nada mais do que um direito legal para viver no que Deus chama de adultério. Fica claro que Deus nunca aceitará tal situação. Nós, sua igreja, tampouco podemos aceitar o que ele proibiu.
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